Gostaria de ser aquele tonto
Que ao amor se entregou inteiramente
E acreditando nele firmemente
Só teve em troca mágoa e desaponto.
Gostaria de ser aquele idiota
Que abandonado pela noiva um dia
Chorou na igreja enquanto o povo ria
Dele e da sua estúpida fatiota.
Gostaria de ter amado mais,
De ter sofrido golpes mais desleais
E, de assim ofendido e escarmentado,
Fazer como aquele outro desgraçado
Que rejeitado pelo amor surtou
E na primeira corda se enforcou.
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