Do que respingou nas toalhas,
Do que ficou sob as mesas,
Das carnes, das sobremesas,
O amor recolhe as migalhas.
Do mel vertido nas palhas,
Das maçãs e das framboesas
Mordidas sem sutilezas,
O amor só colhe as rapalhas.
Amor, que praga rogaram,
Que maldição te lançaram,
O que fizeram contigo?
Para a fartura nasceste
E na opulência cresceste,
Mas vives como um mendigo.
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