quarta-feira, 19 de junho de 2019

Duelo de titãs

Alguém na redação, já na Caetano Álvares, descobriu um número de telefone que era atendido por um homem que se dizia padre e se oferecia para prestar assistência psicológica. É óbvio que um gaiato (cujo nome não lembro, mas apostaria no Waldo Domingos Claro, redator de Internacional) aproveitou a oportunidade para se apresentar como alguém (falsamente) necessitado de ajuda. Começou dizendo que pretendia se matar, por não suportar mais a ausência do namorado (naturalmente fictício). O padre foi aconselhando, argumentando, até que perdeu a paciência e também a compostura. Desandou a berrar palavrões dos mais conceituados e ficou assim por pelo menos cinco minutos. Isso deu ideia a uma armação da qual participou involuntariamente o redator de assuntos trabalhistas e jurídicos, Itaboraí Feitosa Martins, conhecido pela competência na área e também pelo seu mau humor. Bastava alguém olhar para ele para provocar a frase: "Que é? Está olhando o quê? Cuidado, você está pensando em me jantar e eu já almocei você." Os novatos, os focas, e também alguns veteranos, tinham pavor dele. Uma noite, o gaiato que descobrira o número ligou para o padre, encenou novamente a história de sua paixão pelo namorado ausente e, no ponto em que o padre se pôs a mandá-lo para os quatro cantos da Terra, chamou o redator neurastênico: "Itaboraí, telefone pra você." Itaboraí foi bombardeado pelos palavrões do padre, que fervia em santa cólera. Imediatamente, como exigia seu temperamento, passou a responder com o mesmo ímpeto, mandando também o confessor para os quatro cantos da Terra e mais alguns. Foi um espetáculo.

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