sábado, 1 de março de 2014
RG
Estou já morto e enterrado.
Esse aí que te aparece
E comigo se parece
Não sou eu, é um cara errado.
Esse aí que te aparece
E comigo se parece
Não sou eu, é um cara errado.
Na real
Ter uma vida completa,
Tantas chances e porcentos
Para ser tantos portentos,
E não ser nem meio poeta.
Tantas chances e porcentos
Para ser tantos portentos,
E não ser nem meio poeta.
Soneto de como ocultar os sinais da derrota
Recolherei meus pedaços
Com a rapidez adequada
A quem, perdendo a parada,
De nada quer deixar traços.
Acostumado aos fracassos,
Não deixarei registrada
Na cena uma só pegada,
Nenhum sinal dos meus passos.
Tão bom trabalho farei
Que, quando amanhã passar
Por lá, eu não lembrarei
Que ainda hoje alguém se excedeu
Na fria arte de humilhar
E que o humilhado fui eu.
Com a rapidez adequada
A quem, perdendo a parada,
De nada quer deixar traços.
Acostumado aos fracassos,
Não deixarei registrada
Na cena uma só pegada,
Nenhum sinal dos meus passos.
Tão bom trabalho farei
Que, quando amanhã passar
Por lá, eu não lembrarei
Que ainda hoje alguém se excedeu
Na fria arte de humilhar
E que o humilhado fui eu.
Esplendor
Um poeta parnasiano gabava-se de prescindir de luz em sua mansão. Seus sonetos iluminavam todos os quartos e todas as amplas salas. Alguns, guardados em gavetas, davam a impressão de que dentro delas havia labaredas.
Vocação
Mulheres sempre conseguem
Fazer viver e morrer,
Morrer fazem, mas viver
Algumas há que se neguem.
Fazer viver e morrer,
Morrer fazem, mas viver
Algumas há que se neguem.
Nós sempre
Nós sempre estivemos mortos
já desde o dia em que nascemos
não há por que duvidar
Somente não percebemos
porque não nos esquecemos
de respirar.
já desde o dia em que nascemos
não há por que duvidar
Somente não percebemos
porque não nos esquecemos
de respirar.
Poemas de Omar Khayyam
"Ah, se pudesse ser este mundo recriado,
E se o Escrivão mudasse o Livro atroz do Fado,
Para que então o nosso Nome fosse inscrito
Em Folha menos negra ou fosse cancelado!"
***
"Pudéssemos com Deus conspirar, Bem-Querida,
Para que o Esquema hostil das Coisas desta Vida
Se fragmentasse para o plasmarmos então
Conforme desejasse o nosso Coração!"
***
"Lua sempre a brilhar, lua de meu prazer,
No céu raiou de novo, oh lua, o teu clarão!
Quantas vezes depois hás de procurar ver
Khayyam neste jardim, porém em vão! em vão!"
(De Rubaiyat, tradução de Jamil Almansur Haddad, publicado pela Biblioteca Universal Popular.)
E se o Escrivão mudasse o Livro atroz do Fado,
Para que então o nosso Nome fosse inscrito
Em Folha menos negra ou fosse cancelado!"
***
"Pudéssemos com Deus conspirar, Bem-Querida,
Para que o Esquema hostil das Coisas desta Vida
Se fragmentasse para o plasmarmos então
Conforme desejasse o nosso Coração!"
***
"Lua sempre a brilhar, lua de meu prazer,
No céu raiou de novo, oh lua, o teu clarão!
Quantas vezes depois hás de procurar ver
Khayyam neste jardim, porém em vão! em vão!"
(De Rubaiyat, tradução de Jamil Almansur Haddad, publicado pela Biblioteca Universal Popular.)
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