terça-feira, 7 de setembro de 2010
Lírica (619) - Metamorfose
Para se desagravar de uma calamidade amorosa, ele laboriosamente se convenceu de que a mulher amada, no fundo, não era senão uma ideia criada no seu cérebro e, com algumas horas de exercício diante do espelho, conseguiu trocar seu melancólico sorriso de amante frustrado por um sorriso cético que lhe ficou muito bem, a ponto de os amigos lhe sugerirem, para completar sua estampa de filósofo, um cachimbo que lhe ornasse elegantemente o canto da boca.
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