segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Lírica (1.001) - Orgulho
No hospital, os parentes que iam chegando, sabendo que o corpo do homem era um campo minado, perguntavam-lhe o que o tinha posto no leito: se o rim, se o fígado, se o baço. Ele, sem poder falar, por ter um tubo na boca, apontava o coração, e os parentes julgaram ver nele um sinal de insanidade, porque parecia haver certo orgulho no sorriso que os lábios delineavam quando ele fazia o gesto.
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