sábado, 2 de outubro de 2010
Lírica (815) - Carta
"Não me mandes mais flores, nem versos. Cansei-me de tua delicadeza, de tuas idealizações, de teus arroubos platônicos. Será que não podes ver-me como me veem os outros homens? Precisas sempre de alguém para colocar num pedestal? Se precisas, aconselho-te a procurar outra. Não mentirei. Agradaram-me no início teus poemas e teus modos. Hoje, eles valem tanto quanto valem os gracejos, os assobios e as provocações daqueles homens que tu desprezas e julgas indignos da deusa que, penses o que pensares, não sou e nunca serei."
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