segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Lírica (833) - O lixeiro
Fazia dez anos que era varredor de ruas quando, certa manhã, encontrou uma estrela. Era pequena, uma filhotinha, mas sem dúvida uma estrela, pois que nela havia fiapos de nuvens e a marca de um beijo da lua. Ele a acomodou na pá, embora evidentemente não fosse um lugar digno para ela, e foi tocar a campainha da casa do poeta, que decerto gostaria de vê-la. O poeta, porém, acordando de mau humor, disse que só lhe interessavam as estrelas verdadeiras, as que ele mesmo criava com sua imaginação e talento, e fechou violentamente a janela.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário