E penso quantos ventos já terão
Soprado iguais, iguais. E assim pensando
Ponho em mim o arrepio da emoção.
Surpreende-me saber que está soprando
Aquele vento, aquele mesmo, e não
Um outro em outras árvores cantando,
Em outro tempo, em outra floração.
E atônito, e perplexo, vibra em mim
Do nosso amor todo o milagre e encanto,
Todo seu ser estranho em ser assim,
Ser ele próprio, e ter querido, e ter
Sabido nos juntar, havendo tanto
Espaço e tempo para nos perder.
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