O sol escancara
A triste evidência. Provaste
O fruto da noite
E teus passos envergonhados
Não encontram o caminho de casa.
Que saudáveis
Estes corpos amanhecidos.
Que enérgicos
Estes olhares.
Felizmente não te fitam.
Há neles uma determinação
Que ensaias colocar
Entre o estúpido
E o mecânico,
Porém são firmes, e teu olhar
Tropeça com os pés, desarvorado.
Os operários,
Como são firmes suas mãos
E as ferramentas que levam
E as fainas que os esperam.
Que levam tuas mãos
Que levas?
O cigarro apagado,
A escusa escusada,
O projeto, que projeto?
O de ontem, malbaratado,
O de hoje, ainda nem projetado?
Levas o corpo
Que o ônibus leva.
O corpo e seu sono,
Enganosa trégua.
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