quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Lírica (1.165) - Tantas orelhas
Toda vez que ela dizia alguma coisa, a nuca do homem se arrepiava mornamente, e ele até poderia julgar que ali estavam as orelhas, se também outras partes do corpo não se alvoroçassem, não se sentissem tocadas perturbadoramente pelas sílabas, não ansiassem para que os sons persistissem, perdurassem, nunca se extinguissem, jamais se fossem, ficassem.
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