quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Não te
Não te iludam as cantilenas dos que te preveem um futuro glorioso. A cada dez bilhões de homens nasce um Beethoven, um Einstein, um Jobs, e já terás notado que, se tens duas ou três das qualidades de cada um deles, te faltam todas as outras, que não devem ser poucas. Não te enganem os conceitos vagos de que viver é, por si só, uma bênção e de que cada um de nós é um ser raro e precioso, ainda que não achemos. Não te convenças com aquelas ladainhas de que, assim como as formigas, as baratas e as lagartixas, temos utilidade sobre a terra, ainda que seja apenas a de nos comermos uns aos outros. Assume a coragem de admitir que não prestas para nada, como bem sabes, e acredita na óbvia e simples verdade de que, se algo mudar no mundo com a tua morte, certamente mudará para melhor.
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