quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Predestinado

Meus amigos morreram cedo. Eu não devia tê-los lastimado. Eles se foram no verão, ainda com algumas sílabas dos cantos da juventude nos lábios. Eu fui preservado para conhecer o inverno, para ouvir lá fora a elegia tocada no violino pelo vento e para clamar pela morte como clamam os velhos: com esta voz que parece o crocitar de um corvo moribundo.

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