terça-feira, 26 de junho de 2012
A ilha
Um dia, quando mais uma vez ela sugeriu que deveriam ser só amigos, ele concordou. Tinham passado cinco anos nisso e afinal ele desistiu de contra-argumentar. E seria mesmo inútil insistir. O amor, que todo esse tempo fervera em suas veias, tinha agora um fluxo fraco e morno e a juventude era só uma palavra, como uma ilha dissipando-se no horizonte, num poema lido às pressas. Então, naquele dia ele finalmente se aceitou amigo, lembrando-se melancolicamente dos dois ou três versos que falavam de neblina, ou de névoa, ou de cerração - ou de neblina, de névoa e de cerração.
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