quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Infância

Sendo o único que podia estudar, pelas paupérrimas condições da família, recaiu sobre mim o fardo de ser extraordinário. Investido de seriedade, aos sete anos, no primário, eu já era um velhote. Tudo estudava, tudo queria aprender. Pensava no futuro, na vida adulta, e nem os consolos da poesia eu pude usufruir. Continuei assim na adolescência. As flores dos meus poemas já nasciam murchas, e o seu olor era o olor da naftalina.

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