quarta-feira, 4 de outubro de 2017
As azeitonas
Jamais verei alguém espetar uma azeitona tão compenetradamente quanto a condessa Olga. Não sou um homem refinado, embora alguns lacaios atinjam essa condição, e espetar azeitonas com palitos talvez seja indigno de uma condessa. Mas dificilmente quem a visse espetá-las diria que aquilo não era um ato artístico. Eu me sentia sempre tentado a aplaudi-la. Uma noite ela alcançou a perfeição. Uma a uma, havia levado à boca meia dúzia de azeitonas, e eu, observando as que no prato esperavam sua vez, senti aflição por elas.
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