segunda-feira, 3 de setembro de 2018

"Poema do infante", de Antonio Carlos Secchin

"É a noite.
E tudo escava tudo
na língua ambígua que desliza
para o esquivo jogo.
Amargo corpo,
que de mim a mim se furta,
não recuso teu percurso
no hálito das pedras
que me existem em ti
- estéril dardo entre águas
estancadas.
O nada, o perto, o pouco
não posso dividir
do que se espera o que me habita,
ao fazer fluir a via antiga
de um menino que mediu o lado impuro."

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