sábado, 24 de agosto de 2019

Soneto do prazer rememorado

Se ele se lembra da amada,
Daquela acesa putinha,
De sua boca molhada,
Dos dentes e da linguinha,

E se ele de madrugada
Evoca o rosto, a covinha
E a presunção demasiada
Que havia em sua bundinha,

Seu prazer reminiscente,
Culposo, morno, indecente,
Tem tudo de que precisa.

Cede ao Diabo sua alma
E, deitado sobre a palma
Da mão cuspida, agoniza.


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