sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Soneto de quem sabe que não sabe

Escrever para quê? Que interesse há
De nela achar quem por acaso ler
A história de quem nada soube ser,
A saga de quem nunca saberá?

Quem será tolo,quem nos ouvirá,
Quem tempo perderá para saber
Da vida de quem, pródigo em perder,
Nunca triunfou e nunca triunfará?

Se escrever alguém deve, por que eu?
Não foi, eu sei, para isso que eu nasci,
Nem foi para isso que eu ao mundo vim

Querem o quê? Camões não escreveu?
Pois é. Então façam como eu, que o li,
E deixem que eu não seja nada, assim.

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