segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Soneto do voyeur

Ama os cabelos longos que ela tem,
E beijá-los pretende ternamente,
Bem como a boca, voluptuosamente,
E a nuca, e os seios úberes também.

Tudo nela lhe agrada, lhe convém,
E tão intensa, e tão completamente,
Que ele, mais pessimista do que crente,
Pergunta se merece tanto bem.

Talvez ela lhe venha conceder
Que goze um dia ao menos o prazer
De lhe beijar o umbigo apetitoso

E que também um dia lhe conceda
Tocar o tufo de dourada seda
Que ela guarda com zelo religioso.

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