O que hoje tenho a lhes oferecer
Não é nenhuma peça de beleza,
Obra nenhuma de arte, e com certeza
Nada que me honre ou possa envaidecer.
De tudo aquilo que eu queria ser,
Dos ideais e dos sonhos de grandeza
Que mantiveram a minha alma acesa,
O que hoje sobra é o que hoje posso ter.
Não sou o grande artista que eu queria,
Faltam-me brilho, técnica, estesia,
E tudo mais que sempre me faltou.
E faltam-me também - calamidade! -
A fé que eu tinha, e a minha dignidade,
Desde que mister Parkinson chegou,
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