sexta-feira, 27 de maio de 2011
O melhor
Um dia o amor se sentará na sua poltrona mais funda, suspirará como suspiram os velhotes, colocará um cobertor sobre as pernas cansadas e frias e, porque será noite e a sopa tomada um pouco antes lhe terá dado sonolência, cochilará. Cochilando, recordará imagens ternas, doces, e quando no sonho quiserem se insinuar cenas dos tempos em que ele, sendo jovem ou assim ainda se imaginando, era ríspido e arrogante, o sonho entrará numa região de névoa fina, jamais vista por ele. De manhã, quando na casa se derem conta de que o velhote passou a noite na poltrona, estranharão o sorriso vivo no corpo gelado e talvez alguém suspeite que o melhor de todos os seus sonos foi o derradeiro.
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