terça-feira, 8 de maio de 2012
A rosa
Bem vês, pela hora em que te mando esta mensagem, que passei mais uma noite em claro. Ia falar em insônia, mas quando se diz insônia se pensa em uma noite atormentada, e a minha eu não posso dizer que tenha sido assim. Posso, no máximo, dizer que ela foi docemente ocupada por tua presença e que, enquanto pensava em ti, fui imaginando os dois quartetos e os dois tercetos em que te compararia - se bem que a ideia fosse já um tanto batida - a uma rosa. Atrapalhei-me nas rimas, no arranjo das estrofes, e a manhã chegou sem que eu concluíssse o soneto. Ficou-me a imagem da rosa, plena, que me apresso em te mandar, ainda com um pouco do orvalho que a noite juntou e o sol não pôde ainda desfazer.
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