sábado, 18 de agosto de 2012
Quando me mataste
Tu me mataste na tarde em que te despediste de mim e tomaste rumo oposto ao meu. Quando morri, já estavas duas ou três ruas além, e isso - que poderia ter sido teu álibi - é aquilo que te incrimina. Morte original, a minha. Morri de distância, daquela distância que foste fazendo crescer entre nós naquela tarde. Não sei quantos passos teus me mataram, mas quando te despediste eu já sabia que estavas me matando. Tu também sabias. Não me viste chorar quando olhaste para trás e me deste o teu último aceno?
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