Não viverei para ver
o que o tempo certamente fará
com a galeria
com a cafeteria
com o acesso à Livraria Cultura
Não viverei para ver
como tudo se modificará
como a estante de poesia
mudará talvez para onde havia
a seção de arquitetura
Não viverei para ver
a manhã em que para mim não sorrirá
aquela atendente esguia
que para nós fazia mesura após mesura
naquele tão longínquo dia
Não viverei para ver
com quem você nessa manhã entrará
para perguntar à atendente esguia
diante dos livros de arquitetura
onde foi parar a estante de poesia.
sábado, 27 de outubro de 2012
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