quinta-feira, 30 de maio de 2013
Por que,
alma imortal, te deixaste aprisionar num corpo assim desprezível, formado por glândulas, nervos, veias, carne e ossos tão perecíveis, tão sujeitos à fermentação, à putrefação, à degradação, à decomposição? Por que precisas esperar que apodreçam baços, pâncreas, fígados? Por que, alma imortal, não te abrigaste no corpo de uma nuvem, de uma espuma, de uma bolha de ar, de um vento benfazejo? Conta-me, alma imortal, por quê, por quê? Por acaso te apetece acompanhar nosso declínio diário, nosso cheiro, nossa desgraçada trajetória pela Terra? Se somos teu adubo, alma, podemos mesmo crer-te imortal?
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