"Na primeira vez em que vi você, não fazia ideia de que nós dois seríamos amantes, ou melhor, que iríamos fazer amor.
Ao me ajudar a retirar a bagagem, você parecia uma mulher casada e virtuosa, uma mãe cuidando de seu filho. Pensei comigo mesmo como seu marido e filho tinham sorte, mas ao mesmo tempo pensei: 'A mulher que eu esperava na Costa Oeste não veio, mas aqui na Costa Leste surgiu inesperadamente outra mulher.'
Para onde quer que se vá há sempre uma mulher.
Eu a segui empurrando o carrinho de bagagem, consciente da segurança com que você abria caminho na multidão. Você me apanhou como uma mosca e eu queria ser apanhado.
Gostei do movimento dos seus quadris, do ritmo semelhante a um fluxo de água levando vida a tudo em sua volta. Sua bundinha tinha uma cadência que parecia mandar um recado, um apelo. Eu segui depressa, com medo de perder você. Só depois é que soube que nunca poderia perdê-la."
(De Acostumado a morrer, tradução de Vera Maria Whately, publicado pela Editora Best Seller.)
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