"Só consegui apreciar o romantismo daquela cena anos depois. A sombra de verão de um volumoso chorão incidia sobre o canal borbulhante; um grilo pulou no meio de nós. O sol filtrava-se através das asas de uma libélula imóvel pousada na ponta de um junco ondulante, e uma brisa suave passava pela água e vinha até ela. A ponta de sua saia levantava-se ligeiramente, como se o cisne branco do lago estivesse esticando as asas. Ela colocou as mãozinhas macias e aveludadas nas palmas de minhas mãos calejadas, Mas nossas mãos entrelaçadas não diminuíam a distância entre nós - eu sentia, ao contrário, que ela se afastava."
(Do romance Acostumado a morrer, tradução de Vera Maria Whately, publicado pela Editora Best Seller.)
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