sexta-feira, 11 de julho de 2014

Soneto que lembra as épocas boas

Naquelas épocas boas,
Que poucas foram, amávamos
O nosso amor, o exaltávamos
E lhe tecíamos loas.

Jamais amantes nenhuns
Tantos maus versos rimaram,
E também nenhuns usaram
Piores lugares-comuns.

Tu me amavas, eu te amava,
Eu de rainha te chamava,
Tu me chamavas de rei.

Hoje que, acabado o luxo,
Tu só me chamas de bruxo,
Do que é que eu te chamarei?

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