"Não, não há ninguém
pra quem dizer adeus,
ou oferecer outro blues...
Na névoa amarela da Praça da Moça,
eu, como poeta
(morrendo aos poucos de amor...)
perdi o medo e a coragem
minha carne é indolor...
Não, não há ninguém
pra quem falar adeus
ou oferecer outro blues...
Na Praça da Moça, vazia
minha saudade é
vaca sem ordenha
ovelha sem tosquia
grafites, poemas,
flashs furtivos de luz...
Não, não há ninguém
pra quem dizer adeus
ou oferecer outro blues."
(Do livro Não houvesse tabaco e outros poemas, publicado pela Scortecci Editora.)
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