terça-feira, 8 de setembro de 2015

"Josafá", de Mariana Ianelli

"Um trem some na noite,
Já não sabes
O que nesta viagem
Aconteceu.

O olho cego de Deus
Ilumina os campos nevados,
A brancura de nada saber
Te faz bem.

Moves-te
Num ventre de áspide,
Move-te a vontade de outrem,
Tua complacência viaja.

Tua complacência,
Uma fúria
Que o vagar das sombras
Enterneceu.

Não há tua história,
Tua estrela no peito, teus bens.
Há um rosto fixo e mudo.
Teu nome é ninguém."

(De O amor e depois, publicado pela Iluminuras.)

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