terça-feira, 21 de maio de 2019
Só o zumbido depois
Ela nunca diz uma palavra. Geme, mas pouco. Há um momento, porém, em que ela se retesa, se inteiriça e seus dentes se põem a bater com tanta aflição e urgência que ele, obedecendo ao ritmo imposto por eles, se põe e se retrai, se enfia e se solta, entra e sai, e reentra e ressai, até se derramar em um espasmo que, replicado por ela, prepara o momento em que se ouvirá no quarto apenas o ressonar dos dois e o zumbido pachorrento do ar-condicionado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário