quinta-feira, 23 de abril de 2020

Soneto da poesia e sua fonte

Na tevê, em programa dedicado
A divulgar o encanto da poesia,
Perguntaram ao poeta entrevistado
Qual era o manancial do qual bebia.

O poeta gaguejou, e quem o via
Suando como se fosse um sentenciado,
Concluiu que a produção inepta havia
Ao fazer-lhe o convite se enganado.

Quando, depois de um aflitivo instante,
O poeta, agora já não hesitante,
Disse ser sua fonte sempre o amor,

Tudo logo voltou ao habitual:
Salvava-se a poesia e, no final,
Também seu principal fornecedor.










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