quinta-feira, 23 de abril de 2020

Soneto da professora de artes manuais

O poeta, hoje um senhor octogenário,
Lembra às vezes, com gosto renovado,
O belo tempo de seu noviciado,
Os quatro alegres anos do primário.

Voltam-lhe então com máxima clareza
As imagens dos alunos, dos professores
E também - esplendor dos esplendores -
Da mestra mais formosa que a beleza.

Ensinava a cortar, a recortar,
A colar, a pintar, a desenhar,
Dando aos alunos rudimentos da arte,

Desconhecendo as mil patifarias
Das quais ele, menino, em fantasias,
Como outros tantos se tornava parte.

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