Sobre ela, dizia-se que uma tarde, ou uma noite, deixara um homem beber vinho em seus lábios. Quando se perguntava quem havia sido esse homem, a única versão incontestável sustentava que era um homem de bigode. Nada mais se sabia dele. Durante algum tempo, ela foi uma espécie de celebridade do bairro, por conta desse episódio. Quando tudo já parecia destinado ao esquecimento, surgiu, sem se conhecer a origem, uma nova versão: a de que fora uma mulher, e não um homem, que sorvera o vinho em sua boca. Se alguém houvesse sugerido a hipótese de essa mulher sequiosa ostentar um bigode, talvez a história tivesse ainda algum fôlego, mas não foi o que aconteceu, e hoje nem os mais antigos moradores do bairro falam dela.
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