domingo, 1 de agosto de 2010
Lírica (312) - A alma
Uma, só uma, só ela lhe parecia a destinada. Milhares de anos tinham passado desde o primeiro, milhares de cidades e de lugarejos tinham existido, milhões de mulheres, e no entanto ele sabia, porque assim lhe dizia a alma (e até lhe gritava, quando ele lhe dava menos atenção), que uma, só uma, só ela lhe era destinada e só por ela valia viver. Às vezes a amada, magoando-o, o fazia ter certa dúvida sobre essa doce imposição do destino, mas a alma imediatamente o censurava pelo seu ceticismo. Reafirmava-lhe que era ela, só ela, mais nenhuma - e quem há de discutir com a própria alma?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário