segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Lírica (540) - Clair de lune
Gostaria que a morte fosse encontrá-lo no final de um concerto, de preferência numa praça, sob um céu estrelado, e que ele percebesse a presença dela quando, ao juntar seus aplausos aos do público, estivesse pedindo bis, e que a morte, benévola, lhe concedesse mais esse momento em que a orquestra recomeçaria a tocar, e tocaria como se cada nota fosse uma declaração de amor às estrelas, e que ele morresse com o último espasmo da música, com o último acorde, com o último eco chegando a um apartamento onde um menino, no berço, meio dormindo, meio acordado, sorrisse por sentir que o luar lhe fazia cócegas nos pés.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário