sábado, 5 de março de 2011

Morte

Dormir, sonhar, deslizar
Como um descuidado rio,
Entrar pelo mar bravio
E não poder mais voltar.

2 comentários:

  1. "minha mãe me deu um rio. Era dia do meu aniversário e ela não sabia o que me presentear. (...)

    Meu irmão ficou magoado porque ele gostava do rio igual aos outros. A mãe prometeu que no aniversário do meu irmão ela daria uma árvore a ele. Uma árvore que fosse coberta de pássaros. (...)

    Meu irmão me provocava assim: a minha árvore deu flores lindas em setembro. E o seu rio não dá flores! Eu respondia que a árvore dele não dava piraputanga.

    Era verdade, mas o que nos unia demais eram os banhos nus no rio entre os pássaros. Nesse ponto nossa vida era um afago!"

    (Manoel de Barros)

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  2. Mais um belo presente, Patricia, digno de um domingo. Um rio, uma árvore, pássaros. Do jeito que o homem anda tratando rios, árvores e pássaros, logo os encontraremos apenas em poemas. E, quando as gerações futuras lerem esses poemas, talvez digam: "Rios, árvores, pássaros, que coisas mais antiquadas..." Às vezes, imagino que uma das maiores frustrações do homem seja a de não poder se atribuir a ele a extinção dos dinossauros. Se tivesse sido ele, ah, que odes, ah, que epopeias leríamos!

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