segunda-feira, 18 de abril de 2011
Ciúme viajante
O amor malogrado, morto e enterrado limitou sua geografia. Não fica mais com o dedo no mapa-múndi, imaginando se ela estará hoje em Tóquio, em Nova York ou em Kuala Lumpur. Livre da confusão de fusos horários, ele já consegue até dormir, embora em certas noites o ciúme e a saudade ainda o atormentem, sussurrando nomes exóticos que mais parecem de serpentes que de cidades. Já decidiu que só se relacionará com mulheres que não fiquem mudando de meridiano como se estivessem no jogo da amarelinha. Hoje conheceu uma balconista de olhos castanhos que mora em Mairiporã.
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