terça-feira, 31 de julho de 2012

Um poema de Heinrich Heine

"UMA DONA

"Amor de fato era o deles,
Uma bisca e um ladrão reles!
Ele fazia as trapaças,
Ela ria às gargalhadas.

De dia, no mole e fácil;
À noite, ela em seus braços.
Ele foi dar numa cela;
Ela ria, na janela.

Ele lhe diz: Eu te quero,
Por você me desespero,
Doo de amor - e ela rindo
Sacode a cabeça linda.

Às seis foi ele enforcado.
Às sete estava enterrado.
Ela porém, já às oito,
Ria, com vinho no copo."

(Poema traduzido por Haroldo de Campos, extraído da coletânea "Quatro mil anos de poesia", organizada por J. Guinsburg e publicada pela Editora Perspectiva.)

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