A mais notável personagem de J.M. Coetzee, Elizabeth Costello (a comovente defensora dos animais), gostaria de ler isto que Augusto dos Anjo escreveu há cem anos.
"A UM CARNEIRO MORTO
Misericordiosíssimo carneiro
Esquartejado, a maldição de Pio
Décimo caia em teu algoz sombrio
E em todo aquele que for seu herdeiro!
Maldito seja o mercador vadio
Que te vender as carnes por dinheiro,
Pois tua lã aquece o mundo inteiro
E guarda as carnes dos que estão com frio!
Quando a faca rangeu no teu pescoço,
Ao monstro que espremeu teu sangue grosso
Teus olhos - fontes de perdão - perdoaram!
Oh, tu que no Perdão eu simbolizo,
Se fosses Deus, no Dia do Juízo,
Talvez perdoasses os que te mataram!"
(Do livro "Eu e outras poesias", publicado pela Bedeschi, Rio de Janeiro.)
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