Devemos voltar a usar, quem sabe, aquelas palavras que o escárnio expulsou da linguagem amorosa: mágoa, aflição, queixume, sublime, anjo, idolatrada. Devemos talvez tentar comover com elas a indiferente amada. Não ter vergonha dos lugares-comuns, dos chavões, de chamar de rainha quem rainha é, nem pudor de nos chamarmos de súditos e de nos colocarmos de joelhos, ainda que seja só para receber a misericórdia de um olhar real. O amor também é uma palavra antiga, e nós por acaso evitamos dizê-la? Ousemos, enquanto é tempo. Humilhar-se por amor é uma honra da qual devemos nos orgulhar e exibi-la como ferimentos de um santo combate. Chamemos a doce amada de alteza, de majestade, de rainha, e sintamos a ventura que há nessa submissão.
domingo, 25 de novembro de 2012
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