Bom tempo este
em que já não precisas de nada
em que sonhos novos não tens
e os velhos ideais
ficaram para trás
Já não te importa
que entreguem prêmios
ao vivo e em cores
a gente morta
e confundam josé joão
com carlos drummond
Se fraudarem concursos
não entrarás com recursos
pela irretorquível razão
de não participares de mais nenhum
Teu dever hoje é só
o de respirar
firmar-se bem
na bengala
sem tropeçar
Tomar os remédios
um a um
direitinho
sem pular nenhum
maus pensamentos não abrigar
e nem ambição
e jamais olvidar
que a literatura e a sua glória
são uma ficção
Deixar o dia passar
simplesmente passar
sem reparos ou reflexão
e - isto é o principal -
antes de dormir
não esqueceres nunca
de beber o teu chá.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
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