sábado, 4 de maio de 2013

Frio, frio, frio

Põe o casaco mais pesado que tem e começa a encolher-se dentro dele, no sofá. Transpira. É um dia de verão, trinta e seis graus. Quando a neta passa pela sala, ele pede que ela o leve à frente da casa. Precisa de sol. "Vô, você está com frio? Eu não acredito." Ele aponta o peito e, como um bebê, diz: "Frio, frio, frio." Logo terá os delírios habituais e repetirá tão insuportavelmente o nome de uma mulher que lhe darão o remédio para dormir.

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