quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os frutos

Quando a árvore do amor ofereceu os primeiros frutos, ele os achou mirrados. Eram dois, e o que ele provou lhe pareceu insípido. A mulher, ao contrário, achou delicioso o sabor do fruto que lhe coube. Ele maldisse a árvore. No ano seguinte, despontou um fruto só, vermelho e grande. Nessa ocasião, a mulher já o deixara, por não suportar seu mau gênio, e, quando ele enfiou os dentes até a polpa, sentiu a mesma ausência de gosto da primeira vez. Mas, como se a mulher estivesse ali, ele continuou a morder o fruto, dizendo: "Ah, que mel, que maravilha, que doçura!"

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