Tenho sido...

... tão desastrado e tão grosseiro em minhas pequenas incursões pelo mundo, que decidi acreditar no que me disse uma amiga querida (vítima, ela mesma, de muitas dessas grosserias em que minha natureza é pródiga) e seguir sua sugestão: dar uma atenção ainda maior aos livros. Eu os tenho comigo o dia inteiro, no sofá, e sua companhia é sempre afável. Sei que, cada vez mais, serão eles meus amigos. Aos outros (as pessoas) já não me animo a incomodar. Não tenho nada a oferecer, senão uma visão cansada e pessimista do mundo, além de uma tristeza que, por si só, já é algo difícil de tolerar. Ela e eu nos temos entendido bem, mas devo poupar os amigos de nossa presença. Sou como um homem excêntrico (e indesejável) que não vai a mais lugar nenhum sem seu cachorro, tão velho e desgracioso quanto ele mesmo.