sexta-feira, 17 de maio de 2013

Um poema de Raúl Gustavo Aguirre

"POR ÚLTIMO

O haver deixado uma moeda em brasa na mão de outrem,
o haver unido certos fios de amor e resplendor,
o haver perdido alguma coisa
ao sair da casa vazia.

O haver ficado, o haver acompanhado,
o haver estado envolvido com o vento que sempre
       tem razão,
com a terra e a água e com a relva que sempre
têm razão.

O não haver aniversariado longe de si mesmo,
não importa se de joelhos no meio do pântano mas
       perto de si mesmo,
ou entre assuntos pendentes ou distorcidos desde o começo
porém mastigados com teus dentes.

Não importa ser um objeto mais ou menos qualificável
        desprezível pelos que decidem
não importa ser superado, massacrado, tergiversado,
      desmentido,
A verdade advém de tudo isso."

(Do livro Poesia argentina 1940-1960, tradução de Bella Jozef, publicado pela Iluminuras.)

   

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