sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um poema de Yoji Fujyama

"A TARDE E SEUS POMBOS

Bela é a tarde com seus pombos
inquietos. Ordenadas aves que se conjugam
no sentimento da fome e do recolhimento.
Aqui, tudo se resume no calmo
retorno ao aroma doméstico.
Fomos feitos para que a brisa
nos surpreenda assim, sorrindo sem motivo:
somos afeitos a essa inocente alegria.
A tarde lava nossas dores e crimes
e de palmas limpas acolhemos a noite.
Tudo, como nos primitivos tempos.
Apenas o cansaço é que nos pesa
não em demasia mas nos tolhe um pouco
a voz, para o possível canto."

(Do livro A manhã e seus deuses, publicado pelo Clube de Poesia.)

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