"DOIS BILHETES
Na grande sala de leitura da biblioteca da Universidade de Salzburgo, o bibliotecário enforcou-se no enorme lustre porque de súbito, como deixou escrito num bilhete, depois de vinte e dois anos de serviço não aguentava mais ordenar e emprestar livros que só haviam sido escritos para causar desgraça, com o que ele se referia a todos os livros já escritos. Isso lembrou-me o irmão de meu avô, que era guarda-florestal em Altentann, perto de Henndorf, e se matou com um tiro no topo de Zifankej por não poder mais suportar a infelicidade humana. Também ele deixou essa sua constatação registrada num bilhete."
(Do livro O imitador de vozes, traduzido por Sergio Tellaroli e publicado pela Companhia das Letras.)
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