terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Hora de dormir
Hora de dormir. O amor chora, põe o polegar na boca, diz que vai morrer se não o acudirem. Delata a presença de um fantasma no quarto, berra. Nunca mais ninguém lhe dará atenção, embora ele mantenha um fiozinho de esperança e reserve ainda um lado da cama para uma impossível surpresa. Todos, na casa, torcem para que ele morra de terror. Até o gato, que finge dormir enquanto o amor grita agora que dois ratos enormes começaram a roer as pernas do criado-mudo. Que o amor morra arreganhado e que os ratos façam bom proveito.
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Texto forte e belo! Parabéns, poeta.
ResponderExcluirDamásio, o forte e o belo devem ser creditados ao amor, essa ainda inigualável fonte de inspiração e desassossego.
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